Intensidade emocional e lápis de cera

É inegável para mim que cada material de pintura tem um ou mais efeitos distintos nos meus vários corpos.

Nunca gostei de pintar com lápis de cera. Achava que algo denso acontecia ao longo do processo. Desde miúda…

Sentia-me “suja” no fim da pintura. Então, simplesmente, deixava-os de lado…

Não é sobre o material em si. É sobre a forma como o conduzimos em nós. Hoje sei…

Quando comecei a mergulhar em mim através da Arte, tudo mudou. De repente, passei para o outro extremo: a paixão visceral por este material.

Sempre que os usava, uma viagem ao mundo da intensidade emocional acontecia.

Chamava a raiva para ser expressa num papel de cenário, com firmeza nos movimentos da mão, enquanto deslizava os lápis de cera pela superfície enorme que tinha à frente. Chamava o medo e representava-o também. A culpa. A tristeza. Todas elas…

De repente, não pintava só com as mãos. Pintava com o corpo inteiro, numa dança fusional entre mim e o lápis, entre mim e a cor, entre mim e o papel.

Quando representamos no papel algo que nos inquieta e/ou angustia, a intensidade diminui muito. Há um processo de desidentificação automático nesse movimento. Já não somos aquilo. Somos quem o observa. E esse espaço entre nós e a emoção/pensamento faz com que deixemos de ser dominados por ela/e.

Quando escutei o Dr. Joe Dispenza dizer que o medo perde a força quando é expresso no papel, percebi por palavras o que vivia através da Arte. Não só era dizível em palavras, como a ciência já o tinha elaborado e comprovado.

Os lápis de cera têm me proporcionado uma viagem interna bem bonita. Por isso são um dos grandes eleitos no meu trabalho. No ADENTRAMENTO, estamos e vamos continuar a explorar a sua medicina.

Há um Mundo bonito a explorar através da Arte. E ele conduz-nos a Casa!

Abraço forte,

Cíntia

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