Tenho como sombra o que não conheço, bem como o que é animal e doentio no ser humano.
O trabalho com o inconsciente, ou seja, com o que de mim não conheço, é a minha grande paixão há anos!
Sendo a Arte espelho fiel da nossa totalidade, num simples desenho, torna-se claro o que está pronto para ser visto, alquimizado, sanado.
Vejo cada expressão artística como uma fotografia de uma parte que nos habita, mesmo (e acima de tudo) que não a conheçamos conscientemente.
Por vezes, é tão agressivo e assustador o que está nas catacumbas do nosso inconsciente que inconscientemente (novamente) nos recusamos a ver conscientemente.
Temos uma visão muito polida sobre nós. Projetamos incessantemente no mundo externo o que nos recusamos a assumir internamente. Talvez aí resida a explicação para tamanho magnetismo que as notícias têm para o Ser Humano coletivo. Acredito que, ao vermos fora o que não sabemos existir dentro, essas partes têm a oportunidade de ser integradas em nós.
Desengane-se quem acredita que o vilão reside fora, ocupando os lugares de destaques de um qualquer jornal! Sendo nós Um Todo, Tudo o que É compõe cada parte aparentemente separada.
Na foto, podes observar o resultado do confronto com a minha própria sombra, num processo criativo que decorria “normalmente”. Permiti-me ir além do bonitinho, polidinho e comercializável.
“Isto não é comercializável” dizia-me a voz do medo que nunca em mim tinha sido consciente.
Continuei a dar força ao lado mais cru e aparentemente feio e assustador que ganhava vida ali mesmo.
O resultado?
Um alívio gigante, no final do processo. E o amor que passei a sentir pelas personagens que, no momento da criação, brotaram?
A minha reverência à Arte é cada vez maior!
Por isso levo as suas potencialidades terapêuticas a mais e mais corações!
Nos dias 2 e 3 de dezembro, abrirei novamente as portas da minha casa para receber os participantes da 2ª. edição da Formação em Arte Terapêutica.