
Podemos achar-nos autónomos e autossuficientes, mas é pura ilusão. No nosso inconsciente, está o desejo primário de pertencer. E ele é cegamente fiel ao nosso clã familiar.
No ano passado, tive uma perda gestacional. No dia em que o soube, dia de aniversário dos meus Avós, percebi que tinha cocriado inconscientemente aquela perda para pertencer ao meu sistema familiar. No momento em que a minha Alma mo mostrou, um pensamento veio à tona:
– Já que não faço nada do que a minha família espera de mim, pelo menos assim cumpro uma espécie de tradição familiar e passo a pertencer.
Os meus Avós tinham perdido o Seu segundo Filho. E inconscientemente o meu desejo de pertencer levou-me a repetir a experiência.
Quantos sonhos não manifestamos por achar que estamos a ser infiéis à nossa família?
Quanta culpa carregamos por sentir que não correspondemos às expectativas do clã?
Quantas vezes dizemos não a nós para agradar a toda a egrégora do sistema de origem?
Como podemos dar-nos o direito de viver em pleno, se os membros da nossa família estão em dor?
E voltamos uma e outra vez ao lugar de sempre…
Sabotamo-nos!
Por amor cego e doentio.
Por culpa…
A verdade é que todos estão/estamos a viver o que escolhemos enquanto Almas.
E muito mais fazemos pelo clã se pararmos de carregar as dores que não nos pertencem.
Entreguemos a cada membro a dor que ELE ESCOLHEU CARREGAR!
Sem culpa!
PS: as constelações familiares, quando conduzidas por BONS PROFISSIONAIS (conheço quem trabalhe de forma íntegra na área), podem ajudar muito neste tipo de emaranhamentos…